Taxa Selic Influencia Rotina Financeira e Investimentos
A aposta é no controle da inflação e o fortalecimento da renda fixa
Há uma semana o Copom – Comitê de Política Monetária – anunciou o aumento da Taxa Selic em 5,25% ao ano, a maior elevação desde outubro de 2019, quando ainda era de 5,5% ao ano. A alta de um ponto percentual foi a maior em 18 anos, desde 2003. Mas, o que isso representa no dia a dia dos cidadãos e qual é o porquê desta elevação?
Quem explica é a economista e assessora de investimentos Bruna Moura, do escritório da Plátano Investimentos de São Paulo, com sede em São José dos Campos.
Primeiramente, vale lembrar que a taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira. Para a população, de maneira geral, o recente aumento da Selic influencia todas as taxas de juros praticadas na economia, impactando nas soluções de crédito, empréstimos e aplicações financeiras.
A previsão, segundo os analistas, é que novos ajustes na Selic sejam gerados.
“A previsão feita pelo mercado financeiro elevou a Selic de 7% para 7,25% ao ano, para o fim de 2021, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. A expectativa é que uma nova elevação de um ponto percentual aconteça já na próxima reunião, em setembro”, comentou Bruna Moura.
Nota-se que o ajuste da taxa de juros feito pelo Copom leva em consideração as expectativas de inflação. Com a inflação se revelando maior que o esperado, a manobra de elevar a Selic visa encarecer o crédito e controlar os preços. A Selic é a principal ferramenta que o Banco Central utiliza para controlar o volume de recursos em circulação.
Esse movimento desestimula o consumo no médio prazo, sobretudo de bens duráveis, além de encarecer o crédito, faz com que o grande investidor aplique menos recursos na economia real realocando parte desse capital para aplicações financeiras.
Renda Fixa no Radar do Investidor
No mercado financeiro, um aumento na Selic tende a estimular os investidores a optarem por investimentos em renda fixa, que oferecem uma remuneração baseada em juros. É o caso dos títulos públicos do governo federal, dos tradicionais CDBs emitidos pelos bancos, das letras de crédito, das debêntures, entre outras opções. Todos esses papéis tendem a ter uma maior rentabilidade em tempos de Selic em alta. Já o mercado imobiliário, por exemplo, costuma ser negativamente afetado pela Selic alta, uma vez que, os financiamentos se tornam menos atraentes.
“É importante ressaltar que as decisões de investir em renda fixa ou variável não devem depender apenas da Selic, é preciso sempre considerar as suas características como investidor para que a sua carteira de investimentos esteja alinhada ao seu perfil e aos seus objetivos”, explicou a especialista da Plátano Investimentos.
Fonte: Plátano Investimentos