Reforma Ministerial Nos Tempos de Pandemia, um ”Respiro” para a Economia
por Gustavo Neves, economista e assessor de investimentos da Plátano Investimentos
Os seis novos ministros que tomaram posse em cerimônia reservada, em pastas estratégicas como Casa Civil e Secretaria de Governo – ambas ligadas à Presidência da República – e dos ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP), das Relações Exteriores e da Defesa, bem como da Advocacia-Geral da União (AGU), sinalizam um respiro para o mercado.
O que isso significa na prática? Um novo formato de condução das políticas do país, com ajuda do chamado centrão. O governo decidirá nos próximos dias um formato para o leilão do 5G no Brasil, que abordará os impactos positivos e negativos para o país. Outro assunto relevante: a melhora na articulação política com o legislativo, com a entrada de deputada federal Flávia Arruda na Secretaria de Governo. Ela se posiciona como uma hábil política, conhecedora do orçamento federal e com perfil conciliador, demonstrando estar alinhada com o Ministério da Economia em relação à responsabilidade fiscal e retomada das reformas, imobilizadas nesse momento em que mais precisamos de uma iniciativa dos poderes. Estas reformas são importantes inclusive para atrair o investidor estrangeiro.
Com o aval do atual chefe do legislativo, a secretária do governo passa uma mensagem de que a dobradinha entre o legislativo e o executivo está muito bem alinhada e pronta para destravar a economia. Outra movimentação importante para o setor será o pagamento das parcelas da segunda rodada do auxílio emergencial, que será usado como política pública para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.
Em um ano conturbado por conta da maior crise financeira da história do capitalismo, o governo tenta de todas as formas manter a governabilidade. Durante o discurso de posse dos ministros, o presidente destacou que pretende confiar em seus novos subordinados para, junto deles, traçar um horizonte melhor para a economia nacional. A Bolsa Brasileira reagiu positivamente a esse movimento de reforma ministerial, já precificando o novo ambiente político formado pelos novos integrantes e pela esperança da melhora na condução da tríade: política, econômica e sanitária.