Professores de Pinda criam Brechó para ensinar matemática em situações do dia a dia para adultos
Os professores do projeto EJA (Educação de Jovens e Adultos) da Secretaria de Educação de Pindamonhangaba estão desenvolvendo uma dinâmica de conhecimentos de matemática para situações do dia a dia. O objetivo, além de ensinar matemática, é capacitar os estudantes para o ato de fazer compras, com pagamentos e troco.
A ideia partiu das professoras Lucirene Ferreira dos Santos, Tatiana Alves Luiz e Eloíza da Silva Sales da Escola Municipal João Kolenda Lemos, do Bem Viver. “Elas perceberam a necessidade de ensinar matemática envolvendo situações práticas, pois alguns alunos apresentam dificuldades na disciplina e também para a realização de tarefas do cotidiano, como fazer compras em um mercado por exemplo”, disse a gestora regional de Educação, Marta Bicho.
Na prática, a ação pedagógica consiste em identificar e reconhecer cédulas para “comprar” os produtos – uma atividade que requer ação mental acionada pela ludicidade. De acordo com Marta, a estruturação matemática possibilita trabalhos com cálculos representados pelas cédulas confeccionadas em sala de aula.
Ela explicou que, para isso, foi montado o Brechó do EJA, com roupas levadas pelos próprios alunos e itens arrecadados em doações. O ‘estabelecimento’ foi montado no pátio da escola, com estandes e com uma ‘loja’, com placas de identificação dos produtos, preço, tudo simulando uma situação real.
“O Brechó contém esses produtos, que são separados e classificados e com atribuição de valores. Em sala de aula, objetivando o trabalho com sistema monetário, com moedas, cédulas e troco, foi pedido aos alunos para confeccionarem cédulas, com preços e categoria dos produtos. Cada estudante recebe, por exemplo, um valor X, e deve fazer suas compras com esse montante”, completou Marta. A sondagem sobre os conhecimentos prévios dos alunos foi determinante para a atividade.
Após a compra, “no caixa”, os alunos-clientes conferem o troco, problematizando a situação de aprendizagem e referindo valor ao produto.
A secretária de Educação, Luciana Ferreira, destacou que “é um trabalho que valida a ação prática na evolução cognitiva dos alunos do EJA. O ato de comprar, de vender e de fazer contas para chegar ao valor do troco têm ajudado no desenvolvimento de matemática e nas situações do dia a dia. Pode parecer uma tarefa simples, mas para esses alunos do EJA, com idade entre 20 e 60 anos, que não tiveram alfabetização na infância e sem contato eficiente com operações de matemática, esse ato têm oportunizado melhorias significativas em suas vidas, bem como no processo de aprendizagem”.
As professoras idealizadoras do projeto ressaltaram que se “trata de um desafio do processo ensino/aprendizagem, com identificação de uma necessidade de recomposição das operações cotidianas. É um trabalho com coordenação das ideias e de raciocínio lógico”.
A prática terá ainda outras fases, com evolução das tarefas e operações de acordo com o desenvolvimento da turma.