Parque da Cidade é laboratório vivo para pesquisa científica de espécies invasoras em biomas nativos
Alienígenas na floresta? Você sabia que espécies de outros países invadem nossos biomas e podem causar a extinção das nossas espécies nativas?
As espécies nativas de plantas e animais são muito afetadas pela destruição de habitats levando muitas delas a extinção. Além disso, espécies que são trazidas de outros países conhecidas como “exóticas” (alien species em inglês!) podem causar impacto sobre as espécies nativas e assim passam a ser “invasoras” também.
Em geral, elas competem com as espécies nativas por alimento ou espaço, podem predar elas ou liberar toxinas! Algumas delas são bem conhecidas como o peixe leão no nosso litoral, o caramujo africano, o pinus e o eucalipto. Uma espécie exótica invasora pouco comentada é a espada-de-São-Jorge que ocorre em ambientes urbanos mas podem invadir reservas florestais tomando o espaço das plantas nativas e impedindo que elas retornem.
O ideal é identificar essas espécies, contar quantos indivíduos existem, avaliar se ocorre impacto sobre espécies nativas e depois efetuar o controle da espécie exótica invasora retirando ela.
No Parque da Cidade em Pindamonhangaba ocorrem algumas espécies dessas plantas incluindo a espada-de-São-Jorge e, com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente, o Professor Júlio Cesar Voltolini e alunos do Departamento de Biologia da Unitau estão desenvolvendo dois projetos identificando as espécies e iniciando o controle delas para avaliar se depois de retirar uma espécie invasora, as espécies nativas da região finalmente conseguem retornar ao ambiente natural.
Foram contados milhares de indivíduos de plantas exóticas no parque e depois da retirada da espada-de-São-Jorge em cinco pontos do parque, centenas de plantas nativas conseguiram retornar à floresta!
“Esse é o primeiro projeto no Brasil mostrando como o controle dessa invasora pode beneficiar as nossas espécies nativas e assim o Parque da Cidade passa a ser uma referência para esse tipo de estudo de conservação dos nossos biomas”, disse o professor Voltolini.