Papa: “Catequese deve ser antídoto para casamentos com fundamentos fracos”
Foto: freepic.diller/Freepik
O Dicastério para Leigos, a Família e a Vida, elaborou um documento “Itinerários Catecumenais para a vida matrimonial”, essas diretrizes oferecem aos líderes, aos cônjuges e a todos os que trabalham na pastoral da família, uma visão e uma metodologia renovada da preparação para o matrimônio.
O documento se chama “Amoris laetitia”, e nele o Papa Francisco convoca para celebrar os cinco anos de publicação da exortação sobre família, que aconteceu em 2016. E conta que a catequese deve ser antídoto contra os casamentos com pilares fracos.
“A grave preocupação de que, com uma preparação muito superficial, os casais corram o risco real de celebrar um matrimônio nulo ou com fundamentos tão fracos que ‘desmoronem’ em pouco tempo e não possa resistir até mesmo às primeiras crises inevitáveis”.
De acordo com Francisco a Igreja tem que ser auxilio nas escolhas dos cristãos e não pode dedicar tempo somente a aqueles que escolhem seguir a vida religiosa, mas também a aqueles que se preparam para o matrimônio.
“A Igreja é uma mãe, e uma mãe não tem preferências entre seus filhos. Ela não os trata de forma desigual, dá a todos o mesmo cuidado, a mesma atenção, o mesmo tempo. Dedicar tempo é um sinal de amor: se não dedicamos tempo a uma pessoa, é sinal de que não a amamos. A Igreja dedica muito tempo, vários anos, à preparação dos candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa, mas gasta pouco tempo, apenas algumas semanas, aos que se preparam para o matrimônio“
A família é peça importante em toda a sociedade e a Igreja deve saber que preparar casais para o matrimônio é preparar casais na formação de uma nova família.
“É um dever de justiça que a mãe Igreja dedique tempo e energia para preparar aqueles que o Senhor chama para uma missão tão grande como a família”.
Papa descreve de forma assertiva os caminhos que a Igreja deve seguir para uma preparação matrimonial.
“Antes de tudo, um olhar sobre o futuro da família, com uma preparação muito remota para a vocação matrimonial. Na verdade, trata-se de preparar o terreno, começando a trabalhar com crianças, adolescentes e jovens, plantando sementes cujos frutos poderão ser vistos nos próximos anos. Jovens que, caso contrário, provavelmente nunca se casariam. Isto porque a proposta não é simplesmente renovar a preparação imediata para o casamento, mas criar uma pastoral vocacional que anuncie às crianças e aos adolescentes a vocação ao matrimônio, de modo que eles sejam acompanhados pela descoberta gradual de um chamado à vida familiar cristã. De fato, hoje em dia uma preparação rápida dos noivos, pouco antes da celebração do rito, não é mais suficiente para que a Igreja cuide verdadeiramente daqueles que o Senhor chama para casar e construir uma família cristã”.
O novo documento está estruturado em três etapas: preparação para o matrimônio, celebração do matrimônio e acompanhamento dos primeiros anos de vida conjugal. Trata-se de “percorrer um importante trecho do caminho junto com os casais em sua trajetória de vida, mesmo após o casamento, principalmente quando podem passar por crises e momentos de desânimo”.
O Papa espera que depois deste primeiro, outro documento seja feito o mais rápido possível e que deseja que com isso os casais saibam que a Igreja não os abandona.
Escrito por Lais Silva