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Museu de Ciências da Terra apresenta fóssil de pterossauro repatriado

Foto: Ascom SGB/Divulgação

Um fóssil de pterossauro brasileiro que havia sido retirado do país ilegalmente e se encontrava no Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica foi repatriado na semana passada e entregue ao Museu de Ciências da Terra, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). “A gente pegou ele domingo (6), no [Aeroporto do] Galeão”, disse à Agência Brasil o curador do museu, paleontólogo Rafael Costa da Silva. Nesta terça-feira (8), foi feita a apresentação formal da peça repatriada. Antes de ser levado para o museu belga, o fóssil integrava coleção privada naquele país.

O fóssil foi identificado por pesquisadores brasileiros em 2017, mas Silva afirmou não saber há quanto tempo ele estava fora do Brasil. “Como estava de forma irregular, ilegal, junto com uma coleção particular, a gente não sabe quanto tempo ficou lá na Bélgica”.

Trata-se de um dos fósseis da Bacia do Araripe, no Ceará, que são muito contrabandeados. “Eles têm em torno de 120 milhões de anos, são do período Cretáceo”. Ele já foi incorporado à coleção do Museu de Ciências da Terra e deve fazer parte de uma exposição temporária especial que ocupará uma sala do equipamento e reunirá outros fósseis de pterossauros. A expectativa é realizar a mostra no mês que vem. “O fóssil já está pronto para ser exposto e pesquisado”. A data da mostra deverá ser divulgada antes do carnaval.

Primo dos dinossauros

O fóssil é formado por um crânio sem focinho e uma crista, espécie de topete, que estão preservados. De acordo com o paleontólogo, a peça tem mais de 60 centímetros. “A cabeça [completa] talvez chegasse a 1 metro de comprimento. A gente estima o tamanho do animal em cerca de 4 metros de envergadura”. Considerado primo dos dinossauros, o pterossauro era uma espécie de réptil voador que foi totalmente extinto no final da era Cretácea.

Rafael Costa da Silva explicou que, às vezes, o museu recebe fósseis que resultaram de apreensões pela Polícia Federal. Este caso, porém, foi diferente. O Museu de Ciências da Terra entrou em contato com o instituto belga visando a repatriação da peça. “Foi uma discussão diplomática. O Itamaraty fez um grande trabalho de negociar. Esse fóssil não foi oriundo de uma investigação criminal. Realmente foi por via diplomática”. Todo o processo que culminou na repatriação durou em torno de dois anos.

O Museu de Ciências da Terra se encontra fechado para obras. Neste semestre, devem ser concluídos os projetos arquitetônico e executivo e a expectativa é que a reforma geral do museu comece ainda este ano.

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