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Mesmo tatuagens mais antigas podem causar uma nova infecção ou alergia

Não são apenas as novas tatuagens que causam irritação na pele. Problemas podem aparecer posteriormente

Os cuidados com a pele tatuada devem ser contínuos e não se limitar às semanas após o desenho ser feito na pele. “Mesmo anos ou décadas depois de cicatrizada, a pele com tatuagem pode trazer alguns problemas como irritações e alergias, uma vez que as tatuagens violam a camada protetora da pele, aumentando o risco de complicações”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Se você começar a ver vermelhidão, inchaços ou irritações em torno de uma tatuagem cicatrizada há muito tempo, um dos problemas abaixo pode ser o culpado (e você deve consultar seu médico ou dermatologista o mais rápido possível):

Sua tatuagem está infectada: Você já ouviu histórias de horror da tinta das pessoas sendo infectadas e distorcendo a aparência do design. Mas, embora isso normalmente ocorra durante o processo inicial de cicatrização, uma infecção ainda é possível meses depois, de acordo com a Academia Americana de Dermatologia. “Nesses casos, alguns sinais a serem observados são: dor ou vermelhidão que piora ao invés de melhorar; feridas abertas; pus; e febre com calafrios”, diz a médica.

Você desenvolveu uma alergia à tinta: “Embora seja raro, uma reação chamada reação pseudolinfomatosa pode ocorrer em resposta à tinta vermelha”, diz a médica. Essencialmente, essa é uma hipersensibilidade tardia à tinta. “Acredita-se que a tinta vermelha atue como um antígeno, ou algo que estimule uma resposta imune do corpo. As células chamadas linfócitos se infiltram na pele na área do antígeno – ou pigmento vermelho neste caso – e causam uma reação inflamatória”, explica a médica. Provavelmente, a resposta está se desenvolvendo há algum tempo, mas levou meses ou anos para aparecer na superfície da pele.

Você está predisposto a uma condição da pele: Surpreendentemente, as tatuagens podem causar problemas de pele como eczema e psoríase e até vitiligo. “Isso se concentra em algo chamado fenômeno de Koebner, no qual um trauma em região de pele sã desencadeia o surgimento de lesões do mesmo tipo das encontradas em outro local do corpo, nos portadores de doenças como psoríase, vitiligo e líquen plano”, diz a médica. “Particularmente com psoríase e vitiligo, a idéia é que qualquer ruptura epidérmica pode desencadear doenças, incluindo uma tatuagem. O eczema provavelmente reflete mais uma reação alérgica”. A tinta também pode fazer com que alguém que já esteja ciente de sua condição tenha uma crise.

Você estava no sol: Você provavelmente já ouviu falar que protetor solar é extremamente importante se você tem tatuagens, pois os raios UV do sol podem fazer com que a tinta desbote. Mas você já teve uma queimadura solar particularmente desagradável em torno de uma tatuagem com tinta amarela? “Na verdade, é uma forma de reação alérgica. Responsabilize os traços do pigmento de sulfeto de cádmio, que pode causar inchaço e vermelhidão ao redor do local da tatuagem quando exposto ao sol”, diz a médica. “Um estudo também descobriu que tatuagens com tinta vermelha, azul ou preta causavam queixas relacionadas ao sol, como inchaço, vermelhidão, bolhas e urticária. Esses sintomas podem aparecer em minutos ou horas após o sol atingir sua tatuagem.”

Você fez uma ressonância magnética: A tinta para tatuagem pode conter pigmentos metálicos, incluindo ferro, bário, zinco, cobre, molibdênio e titânio. “O pigmento metálico da tatuagem atua como uma antena para o pulso de radiofrequência que o ímã da ressonância magnética envia, gerando calor”, diz a médica. “Quanto maior a tatuagem e mais forte o ímã, maior o risco de queimadura.”

De acordo com a médica, ao perceber qualquer sinal de irritação e alergia, é necessário buscar ajuda de um dermatologista. “Devemos ficar atentos também às pintas localizadas perto da tatuagem, uma vez que podem ser indicativos de câncer de pele, pela reação da radiação ultravioleta com a tinta da tatuagem”, finaliza a médica.

DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais.

http://www.drapaola.me/

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