Manifestantes invadem marginal da Dutra e entram em confronto com a PM
Manifestantes invadiram a marginal da Dutra e entraram em confronto com a PM em um protesto na manhã desta quarta-feira (6) em frente à Refinaria Henrique Lage (Revap), da Petrobras, em São José dos Campos (SP).
Segundo o grupo, o protesto é pela prioridade de moradores da cidade na contratação para a parada de manutenção da refinaria, prevista para maio. Uma lei na cidade estipula prioridade no preenchimento das vagas aos moradores.
Segundo o Sindicato da Construção Civil, que representa a categoria, os trabalhadores estão acampados em protesto em frente à empresa desde a última sexta-feira (1°) exigindo um acordo.
Durante o protesto, que começou por volta das 5h, os trabalhadores saíram da portaria da empresa e permaneceram na margem da Dutra por cerca de uma hora. Por volta das 6h30 eles tentaram invadir a rodovia, mas a PM agiu. Houve confronto e polícia usou bombas de efeito moral e os manifestantes responderam com pedras.
A ação na marginal da rodovia durou cerca de 20 minutos e gerou lentidão no trecho. Até as 7h30 havia lentidão de três quilômetros, entre os kms 145 e 148 no sentido Rio de Janeiro. A situação de tráfego no trecho foi normalizada ainda durante a manhã.
A entidade alega que uma nova empresa foi contratada pela empresa para a parada de manutenção deste ano, com previsão de abertura de 250 postos de trabalho, e que no início do mês cerca de 50 funcionários foram contratados sem levar em conta a lei de prioridade para moradores de São José.
“Nós queremos que ela cumpra a lei e que todos os trabalhadores da cidade possam concorrer a vaga. Queremos também que a empresa assine nosso acordo coletivo para que, quem entre, tenha garantia de um salário justo”, disse o trabalhador Márcio Nascimento, que participou do movimento.
No acordo, o sindicato quer que a empresa garanta os salários já praticados pela antiga empresa responsável pelo serviço. A remuneração varia de R$ 2,7 mil a R$ 5,4 mil.
A Revap afirmou que não interfere na seleção de trabalhadores para terceirizadas e que “as fornecedoras informaram que tomaram as medidas judiciais cabíveis para garantir o acesso de seus empregados ao trabalho e coibir eventuais abusos praticados em desacordo à lei de greve”. A produção na unidade não foi afetada pelo protesto.
Durante a tarde, a Método Potencial, empresa contratada pelo serviço, informou à reportagem que no dia 1º de fevereiro assinou contrato de prestação de serviços de manutenção por três anos. A empresa vai contar com um efetivo de cerca de 200 pessoas e vai priorizar contratação de mão de obra local.
“Causa surpresa e muita consternação as manifestações e impedimento de acesso de recursos, tendo em vista que a Método está de acordo com todas as cláusulas e termos do acordo coletivo proposto pelo Sintricom”, diz nota enviada pela empresa.
No início da noite o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região (TRT-15), de Campinas, informou que a empresa e o sindicato chegaram a um acordo durante uma audiência de mediação pré-processual realizada durante a tarde desta quarta.