Home office e reuniões virtuais provocam aumento em cirurgias plásticas no rosto
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Levantamento feito pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) aponta que as plásticas faciais foram os procedimentos estéticos com maior aumento no Brasil, quando comparados os dados de 2019 e 2020, primeiro ano da pandemia. O total de procedimentos saltou de 451.546 para 483.800.
O motivo para esse aumento pode ser a teoria do “efeito Zoom”, já que muitos profissionais passaram a atuar no home office e ficaram expostos às reuniões virtuais.
Enquanto as plásticas no corpo, como lipoaspiração e abdominoplastia, caíram, cirurgias plásticas nos lábios, nariz, sobrancelha e pescoço aumentaram. A blefaroplastia, que retira o excesso de pele das pálpebras, é a mais comum, mas não foi a que mais cresceu. Os maiores aumentos foram em procedimentos para rejuvenescer o pescoço (27,6%), levantar a sobrancelha (24,4%) e mudar o formato do nariz (21,3%).
De acordo com levantamento feito pelo Estadão, diversos cirurgiões apontaram que o aumento da exposição na tela do computador fez com que as pessoas identificassem imperfeições. Este comportamento contribuiu para que elas se observassem e as levaram a buscar por soluções para melhorar determinado aspecto.
Dados da Academia Americana de Plástica Facial também atribuem ao “efeito Zoom” parte do crescimento das cirurgias plásticas no rosto. Nos Estados Unidos, a entidade calcula aumento de 40% nos procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos na face, de 2020 a 2021. Oito em cada dez cirurgiões plásticos americanos disseram que seus pacientes querem melhorar a aparência em videoconferências.
Se antes era comum que os pacientes chegassem aos consultórios com revistas de celebridades para orientar o trabalho dos cirurgiões, hoje desembarcam com as próprias fotos manipuladas, diz Alexandre Piassi, do departamento de mídias digitais da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). O desejo é não precisar mais manipular as imagens – o que é visto no universo online como falta de autenticidade.
Para os médicos, houve uma redução no abismo entre o número de procedimentos no corpo (tradicionalmente mais frequentes no Brasil) e no rosto. A tendência é que a busca por melhorar a face continue – agora com novos focos. Além disso, é essencial que os pacientes procurem por profissionais capacitados e também que estejam em dia com o seu conselho.