Festival Internacional de Videodança Sans Souci Brasil movimenta o país até domingo
Foto: Encantada, Direção e performance Vanessa Hassegawa
A 3ª edição Brasil do Festival Internacional de Videodança Sans Souci promete movimentar Campinas (SP) entre os dias 21 a 27 de novembro. Neste ano, o festival traz a temática “Transição e Transgressão na Videodança: da Poética a Indispensabilidade” e contará com a presença de renomados profissionais de videodança nacionais e internacionais em uma programação que inclui atividades online, presenciais e híbridas com recursos de tradução simultânea, audiodescrição e libras. Serão 32 exibições de videodança em quatro mostras diferentes.
Com produção brasileira do grupo Dançaberta, vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Festival, que integra as estéticas da dança e do cinema, ocorre há 19 anos em Boulder, no Colorado (EUA). Julia Ziviani, diretora do Grupo Dançaberta, professora colaboradora do Programa de Pós-graduação Artes da Cena da Unicamp e uma das idealizadoras da Edição Brasil, conta que apesar de não ser tão nova o recurso artístico da videodança no país, ainda não é tão difundida no ramo das artes.
“É constituída de um vídeo mais curto, que normalmente pode variar de dois a vinte minutos. Para o Festival brasileiro estipulamos o tempo máximo de 15 minutos. Nessa modalidade a dança dialoga com o movimento da câmera em sua concepção e posteriormente com a edição para finalização do filme, o que confere uma especificidade a esta linguagem. Com isso, a videodança também é uma coreografia com quem filma”, destaca.
A idealizadora do projeto no Brasil ressalta ainda que a integração entre dança e cinema é o coração para o trabalho. “Quando escolhemos obras para exibição e instalação, nós consideramos tanto os temas reflexivos e as formas interessantes, como as abordagens investigativas, inovadoras e experimentais. Observamos também o cuidado com a sua produção e que se adequem a proposta do Festival”, observa Julia.
Esta temporada é uma realização do Grupo Dançaberta, do Sans Souci Festival of Dance Cinema e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo através do Programa de Ação Cultural PROAC Editais; Correalização da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, da Universidade Estadual do Texas, da Universidade do Colorado; Apoio Institucional do Espaço Dançaberta, da ADunicamp e do Sesc Campinas.
Temporada híbrida
Esta temporada será híbrida, com foco em atividades presenciais em Campinas e outras com transmissão e interações online. Durante a semana, o público e profissionais da dança poderão prestigiar a exibição de 32 videodanças brasileiras, além de palestras, residências, performances, mesas e oficinas.
A terceira edição reunirá quatro mostras: duas mostras regulares, uma direcionada para o público infanto-juvenil e a outra chamada “6 Brasis”. A “6 Brasis” é inspirada nos biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), das cinco regiões do Brasil, e os aspectos pertinentes a cada um. Das florestas à exploração predatória, de seus rios às áreas secas, de suas montanhas à ilegalidade corrosiva. As mostras serão exibidas no Sesc Campinas Acesse para retirar gratuitamente os ingressos https://www.sescsp.org.br/unidades/campinas/.
A programação presencial será realizada também na ADunicamp – na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Espaço Dançaberta, em Barão Geraldo.
Veja a programação completa no site https://www.sanssoucibrasil.com/.
Profissionais renomados
O evento trará nomes importantes que compõem o cenário da videodança, dentre eles, Julia Ziviani, diretora do Grupo Dançaberta, professora colaboradora do Programa de Pós-graduação Artes da Cena da Unicamp e uma das idealizadoras da Edição Brasil; Rosely Conz, do Colorado (EUA); Rocio Luna, do México; Gabriela Tropia, da Inglaterra; Leonel Brum, de Fortaleza (CE); Lilian Graça, de Salvador (BA); Dudude Herrmann, de Casa Branca (MG); Silvina Szperling, da Argentina, dentre outros.
Histórico
A 1ª edição brasileira do Festival aconteceu em maio de 2019, na Casa do Lago, na Unicamp. Essa temporada foi também a primeira coprodução do Festival com a América do Sul desde 2003, quando nasceu no Colorado (EUA). Além do Brasil, países como México e Alemanha também já realizaram suas próprias edições do evento.
Julia Ziviani teve contato com a edição norte-americana do Sans Souci quando realizou seu pós-doutorado na Universidade do Colorado em Boulder, em 2015. Na época, Rosely Conz, ex-integrante do grupo Dançaberta e hoje professora da Universidade do Colorado em Colorado Springs, realizava um mestrado na mesma instituição. Por meio dela e de seu envolvimento com o Festival, Julia teve então acesso às diretoras do evento, Michelle Bernier e Ana Baer.
A partir destes encontros, as artistas deram vida à edição brasileira do Sans Souci, que recebeu em 2020 inscrições das cinco regiões do país. “Trazer o Sans Souci para o Brasil viabiliza a divulgação dos trabalhos artísticos que aqui são feitos e que são de excelente qualidade. Artistas nacionais e internacionais têm a possibilidade de compartilhar suas experiências por meio do nosso Festival”, pontua a idealizadora.