Especial Espaço Cultural: Palacete 10 de Julho
Em meio à vibrante região central de Pindamonhangaba, encontra-se um imponente símbolo da história e da cultura local: o Palacete 10 de Julho. Este importante prédio da cidade será tema desta quinta edição de uma série de matérias cujo objetivo é evidenciar os espaços culturais do município.
Projetado pelo renomado arquiteto francês Charles Peyrouton no final do século XIX, o edifício ostenta um estilo eclético que encanta os olhos com seus detalhes requintados e rica ornamentação. Mais do que um imponente monumento, o Palacete 10 de Julho carrega em si a memória do Barão de Itapeva, seu primeiro proprietário, e das transformações sociais e econômicas que marcaram o apogeu do café no Vale do Paraíba.
Após um meticuloso processo de restauração liderado pela Paulicéia Arquitetura e Restauro, a antiga sede da Prefeitura de Pindamonhangaba, o Palacete 10 de Julho, reabriu suas portas em dezembro de 2014, se tornando um espaço de visitação para o público, e posteriormente, se transformaria na sede da Secretaria de Cultura e Turismo de Pindamonhangaba e Centro de Informações Turísticas. A revitalização do prédio, que contou com um investimento de mais de R$ 7 milhões de reais provenientes da Lei Rouanet, garantiu a permanência de suas características principais com a implantação de acessibilidade.
Para além do importante espaço que foi no passado, atualmente o prédio chama a atenção por suas características arquitetônicas, sendo um ponto icônico no centro da cidade de Pindamonhangaba. Hoje em dia o prédio sedia diversas atividades culturais, como oficinas, palestras, reuniões e muito mais.
O secretário de Cultura e Turismo, Alcemir Palma, ressaltou a beleza do local e enfatizou a importância do prédio para o município. “O Palacete 10 de julho, prédio tombado pelo CONDEPHAAT desde 1969, abriga a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e o Centro de Memória Barão Homem de Melo, e por sua beleza é objeto de visitação muito requisitado para registros fotográficos. É um privilégio para Pindamonhangaba ter um espaço como este, ainda mais após a recente pintura externa do prédio”, afirmou o secretário.
10 de Julho, a importância da data para o município, e sua ligação com o edifício – Data do final do século XVI a ocupação da área onde hoje se situa Pindamonhangaba. O primeiro morador, que ganhou terras no local e implantou sítio com ranchos e pastaria, foi João do Prado Martins, em 1643. Posteriormente, a área viraria um povoado vinculado ao município de Taubaté, sendo construído, por volta de 1680, o primeiro templo da região, a capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso, no lugar onde hoje fica a Praça Padre João de Faria Fialho.
Em 10 de julho de 1705, o povoado recebeu foros de vila, por ato da Rainha Dona Catarina, ficando, portanto, politicamente emancipado de Taubaté. Por isto, o 10 de Julho é a data magna de Pindamonhangaba, que não tem uma data de fundação, mas sim de emancipação. Durante o século XVIII, desenvolveu-se em Pindamonhangaba uma atividade agropastoril, com predominância da cultura de cana-de-açúcar e a produção de açúcar e aguardente, em engenhos.
Durante o período do café no Brasil, a cidade viveu sua fase de maior brilho e se destacou no cenário nacional. O cultivo do café foi iniciado no Município a partir dos anos de 1820. Duas décadas após, Pindamonhangaba se tornou um grande centro cafeeiro, apoiado em suas terras férteis e na mão-de-obra escrava. Nessa época, foram construídos o Palacete 10 de Julho, o Palacete Visconde da Palmeira, o Palacete Tiradentes, a Igreja São José e outros grandes casarões. A Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, construída nos primeiros anos dos 1700, foi remodelada, ganhando sua fachada imponente.