São José dos Campos

Descarte irregular de lixo dá trabalho e custa caro para São José

Foto: PMSJC

As vizinhas Irani Oliveira, 59 anos, e Mônica Golçalves, 61 anos, orgulham-se de aparecer na foto pegando tamarilho no pé, plantado há quatro anos.

Foi neste tempo que a amizade delas nasceu e cresceu junto com tantas mudas de árvores, hortaliças, legumes e flores que elas plantam num canteiro público, no fim da rua Maria Ambrosina Pedrosa Dias, no Residencial União.

“Foi uma ideia que tivemos pra ver se paravam de jogar lixo aqui. Esse lugar era horrível”, recordam. Agora tá tudo bonito, não fosse um detalhe. Bem em frente ao espaço preservado pelas moradoras está o PEV do bairro, e na calçada, uma sujeira só.

Os funcionários do local contam que todos os dias, antes do PEV abrir, algumas pessoas jogam todo tipo de resíduo ali. As amigas lamentam que isso ainda ocorra. “A gente tem disposição para plantar, cuidar, mas nem todo mundo tem essa cabeça. Olha lá”, diz, apontando pra calçada do PEV.

Os resíduos jogados em lugar errado não decepcionam só as amigas Irani e Mônica. A falta de colaboração com a limpeza pública incomoda muita gente. Em média, por ano, 4,5 mil pedidos chegaram à Central 156 para que o lixo seja retirado de áreas públicas. Todos são atendidos.

No caminho de casa para o trabalho do motorista Carlos Romano, de 47 anos, morador do Santa Inês, está mais uma área degradada pelo descarte irregular “Esse lixo todo acaba atraindo muitos bichos. É nossa tarefa também manter a cidade limpa”.

São pelo menos cem pontos críticos mapeados pela Secretaria de Manutenção da Cidade. Por ano a prefeitura gasta R$ 2,8 milhões para fazer a limpeza de áreas públicas, calçadas e beira de estradas, onde se jogam de tudo: de lixo orgânico a colchões, roupas, plásticos e até animais mortos. Esse valor corresponde a 37% do que é gasto para manter os 15 PEVs funcionando.

Além dos PEVs, São José dos Campos mantém, com qualidade e reconhecimento da população, a coleta de lixo orgânico e a coleta de recicláveis diariamente, de segunda a sábado. “Não há motivos pra jogarem dessa forma”, lamenta o morador Carlos.

Multa

Jogar lixo em áreas públicas é crime ambiental e a multa pode chegar a R$ 26 mil reais (Lei 7.815/2009 e 8.206/2010).

Qualquer pessoa pode denunciar no 153 ou 156 e não é preciso se identificar. O setor de Fiscalização e Posturas, da Secretaria de Defesa do Cidadão, fica de olho nos pontos de descarte irregular e faz autuações.

Em caso de áreas particulares, o responsável pelo imóvel é notificado para reparar a infração, sob pena de multa caso o problema persista. A fiscalização tem dado resultado. Um levantamento da Secretaria de Defesa do Cidadão mostra uma redução de 15% no número de reclamações, nos primeiros dois meses deste ano, com relação ao mesmo período de 2020. Entre janeiro e fevereiro, foram 960 reclamações contra 1.127 nos primeiros dois meses do ano anterior.

Diariamente caminhões e máquinas percorrem os pontos críticos para recolher o lixo, que no dia seguinte volta a aparecer. Por ano são cerca de 10 mil toneladas.

Cercar os chamados entulhódromos, intensificar a fiscalização, orientar a população e manter os PEVs e as coletas funcionando de forma organizada, são ações da Prefeitura de São José dos Campos para modificar essa realidade, que depende também, de cada um de nós.

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