A ideia de cancelar o Paulistão seria um bom acordo para a televisão?
Com o destino ainda incerto do Paulistão 2020, após a suspensão dos jogos por conta da pandemia do coronavírus, começam a surgir as dúvidas e as possibilidades do que pode acontecer com o campeonato.
Há quem defenda anulação do campeonato, sem que seja proclamado campeão e sem rebaixamentos. Isso aconteceu com a Superliga B, tanto na masculina e feminina, a CBV optou por encerrar o campeonato e os dois primeiros colocados garantiram o acesso a Superliga A.
Seguindo essa hipótese no Paulistão, ano que vem seriam quatro rebaixados e não somente dois.
Em artigo publicado no portal Futebol Interior, Ariovaldo Izac apresenta fatos que impediriam o final do campeonato, já que envolve não só a saúde dos participantes, mas montantes de dinheiro, emissora com direito de transmissões e empresas patrocinadoras.
“Entende-se que a preservação de saúde pública é essencial, mas não nos esqueçamos que há outros interesses em jogo, e não ignorem convergência para solução conciliatória que implique em risco menor”, afirmou.
“A TV Globo, detentora dos direitos de transmissão dos jogos, já liberou as respectivas cotas aos clubes.
Segundo informa Cassio Zirpoli, em seu portal, o valor disponibilizado à Federação Paulista de Futebol, para repasse aos clubes, atinge R$ 187 milhões, com bolada de R$ 26 milhões aos grandes.
Televisão e patrocinadores, que bancaram o citado montante, seriam benevolentes pra não exigirem sequer contrapartida pelo rompimento do acordado?
Claro que a discussão passa por acordo a ser selado com a televisão.
Não seria de todo penoso ao investidor a hipótese de que se acabe tudo e haja ressarcimento parcial. Ainda está disponível o dinheiro destinado à premiação, que gira em torno de R$ 11 milhões.
Assim, seria descartada a hipótese de se premiar o Santo André, convencionando-se que seja proclamado campeão, por ter atingido melhor pontuação no momento.
O Paulistão, em seu curso normal, estabelece que o campeão seja contemplado com R$ 5 milhões, conforme consta no regulamento geral da competição.
O vice desembolsaria R$ 1,65 milhão, terceiro colocado R$ 1,080 milhão, quarto R$ 850 mil, e assim sucessivamente até o 14º colocado, que receberia R$ 100.
Consta ao campeão do interior a bolada de R$ 360 mil, e o vice R$ 100 mil.”, apresentou Ariovaldo.
Ele apresenta alternativa para esse problema e justifica que saúde não tem preço, mas que tem muitas coisas em jogo.
“Sim, vão retrucar que saúde pública não preço, e que o recomendável seria acabar com tudo, até porque não se sabe a extensão desse tormentoso vírus.
Claro que saúde não tem mesmo. Nem por isso desprezem propostas alternativas, a principal delas jogos com portões fechados, para prosseguimento da competição.
Se os clubes perdem receita de bilheteria com portões fechados, pelo menos teriam chance de composição com a televisão, que visa alta receita de pay-per-view.
Considere também que o pico de audiência de telespectadores em competições registra-se em fases agudas, notadamente na final.
Já que faltam duas rodadas da fase classificatória, projete aí mais 16 jogos com portões fechados.
Aí, bastaria adaptação no regulamento, optando-se por jogo único na semifinal e final, igualmente com portões fechados, que tudo seria devidamente encaixado, sem
problema de datas.
Seria a fórmula mais justa de se apurar campeão e manifestar intolerância a rebaixados, que, convenhamos, não é justo que sejam salvos pelo gongo.”
E encerra seu artigo afirmando que continuar o campeonato com os portões fechados seria uma saída.
“Diante do exposto, continuar a ‘jogatinha’ com portões fechados é o pior dos males. Pensem nisso!”