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A cada dois dias, surge uma cervejaria artesanal no Brasil

Cenário: O número de cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) cresceu em 23% em 2018, totalizando 889 estabelecimentos e 16.968 produtos, conforme dados do Anuário da Cerveja no Brasil, publicado no site do Mapa. No ano passado, foram registrados 6,8 mil produtos, entre cerveja e chope e abertas 210 novas fábricas. Em média, a cada dois dias, uma cervejaria abriu as portas no Brasil.

A expansão está sendo puxada, de acordo com o Mapa, pelas bebidas especiais, motivada pela mudança de perfil de consumo do brasileiro, que busca produtos diferentes, pois está mais exigente. Hoje, no país, 479 municípios possuem cervejarias, chegando perto de 10% dos 5.570 municípios brasileiros.

Fonte para falar sobre o assunto:

Cervejaria Dogma (eleita três vezes a melhor cervejaria do país) e a Paulistânia (cada rótulo conta uma história do país):

Amigos transformam hobby em negócio e faturam mais de R$1 milhão em um ano vendendo cerveja com tangerina e manga:

Os paulistanos Leonardo Satt, Luciano Silva e Bruno Moreno juntaram suas próprias marcas de cerveja e criaram a Dogma, que já possui seu próprio bar no centro de São Paulo, além de uma loja virtual onde é possível encontrar desde copos até bonés com o logo da marca

Eleita a melhor cervejaria brasileira de 2015, 2017 e 2018 pelo RateBeer (um dos maiores sites de avaliação de cerveja), a empresa surgiu em 2015 e foi fundada por três paulistanos: Leonardo Satt, Luciano Silva e Bruno Moreno.

Os três se conheceram nas produções caseiras e acabaram se tornando grandes amigos. O curioso é que cada um já tinha sua própria cervejaria cigana. Bruno era proprietário da Serra de Três Pontas, Luciano era da Noturna e Leonardo tinha a Prima Satt. “Nosso objetivo em criar a Dogma foi dedicar nossas energias e esforços em uma única marca e com isso tornar ela ainda mais forte e reconhecida no mercado de cervejas artesanais”, explica Satt.

Mas não é apenas o sabor que é prioridade na hora de produzir um novo rótulo. “Uma boa receita começa com muito estudo, então é necessário conhecer bem os insumos e as técnicas que envolvem a utilização deles. Antes de iniciar uma receita eu faço uma espécie de organização mental de como que quero que ela fique e assim vou desenvolvendo a receita”, ressalta Moreno. Com o objetivo de proporcionar uma experiência única para o consumidor, a marca também investe em nomes criativos e nos rótulos das bebidas. A identidade visual da Dogma foi feita pelo estúdio FORM, em parceria com o ilustrador Caio Stolf.

Hora de se reinventar 

Com o sucesso e o reconhecimento no mercado de cervejas artesanais, os empresários decidiram dar um passo maior e crescer mais. Em agosto de 2017, a marca ganhou um espaço próprio, em uma antiga oficina mecânica na Vila Buarque, na região central. São diversas opções de bebidas de fabricação própria, entre elas chopes (alguns são vendidos exclusivamente no local), cervejas em lata e garrafa e uma pequena fábrica com sete tanques. As cervejas se destacam pelos sabores inusitados, que vai desde cervejas com manga e tangerina, até chocolate. O bar produz 3.500 litros por mês e fatura R$120 mil por mês.

Por conta do sucesso das cervejas, a marca recentemente adquiriu sua própria enlatadora, ou seja, rótulos que até então não eram vendidos nesse formato agora serão enlatados na hora dentro do bar. O investimento do projeto foi de R$160mil.

Além do bar, a marca investe em uma loja virtual onde é possível adquirir itens como bonés, camisetas, copos e taças com o logo da Dogma. “Queremos crescer cada vez mais, por isso estamos ampliando nossa atuação em diferentes canais, pois apesar do mercado estar em alta, é necessário sempre se reinventar para não ser só mais uma” diz Silva. Além de São Paulo, a marca está presente em regiões como Rio de Janeiro,Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Marcelo Stein: o empresário que mudou a história das cervejas no Brasil

Responsável pela importação das primeiras cervejas alemãs do mercado nacional, o empreendedor personifica o papel de destaque dos personagens que já deixaram um sólido legado na história cervejeira do país

Há dois fatores que destacam os grandes empreendedores: crer que seu projeto dará certo e não medir esforços para construir seu negócio começando de baixo. Ainda mais no mercado cervejeiro que ainda desafia seus profissionais. Imagina então como seria ainda mais ousado importar cervejas especiais no início da década de 1990? Marcelo Steinfoi esse sonhador que identificou a oportunidade de importar cervejas para o Brasil e se tornou o empresário que revolucionou o mercado brasileiro de importação de cervejas – fomentando o desenvolvimento de todo o mercado cervejeiro.

A relação do empreendedor com a cerveja era a de ser um consumidor comum. Mas no começo dos anos 1990 surgiu um convite para que o então Engenheiro Elétrico de formação projetasse a logística de distribuição da Cerpa (que começava a chegar a São Paulo). Como Marcelo estava em busca de um novo desafio profissional, aceitou o convite e um ano e meio depois (em 1992) ele já era o Gerente da Equipe Comercial.

Com faro empreendedor, Marcelo Stein identificou que não havia oferta de cervejas especiais no Brasil e viu nisso uma oportunidade de negócio. O fato de o pai trabalhar com Comércio Exterior o motivou a propor uma sociedade para montarem uma empresa de importação – junto ainda com o irmão. E em 1993 começava a história da Bier & Wein

Importadora – a maior importadora independente de cervejas do Brasil.

A empresa estava indo muito bem, até que em 2009, o empresário que já tinha conseguido popularizar no Brasil marcas internacionais de cerveja importantes como Erdinger graças a sua importadora, decidiu arriscar com uma ideia ousada. Por conta de sua experiência no mercado e conhecimento, Stein quis ir além e ter sua própria marca de cerveja, mas não apenas mais uma, e sim uma bebida que surpreendesse o paladar do consumidor e ao mesmo tempo fosse uma fonte de conhecimento sobre a história da cidade de São Paulo. Foi assim que surgiu a Paulistânia, uma cerveja artesanal produzida com os melhores ingredientes onde cada rótulo possui o nome de um ponto importante da cidade como Pátio do Colégio e Viaduto do Chá.

O sucesso foi tão imediato que em 2013 a marca decidiu lançar sua própria franquia, a Confraria Paulistânia. O objetivo da rede é aumentar a distribuição da Paulistânia, marca própria da Bier & Wein, e também das marcas que são importadas com exclusividade para o Brasil.

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